terça-feira, 20 de agosto de 2013

1/3 dos acidentes aéreos envolve irregularidades

Um terço dos acidentes aéreos investigados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) envolveram violações às normas da aviação. O dado, inédito, foi divulgado anteontem pelo chefe do Cenipa, o brigadeiro Luís Roberto do Carmo Lourenço, no Simpósio Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, em São Paulo. Segundo o oficial, 34,25% dos 181 acidentes aéreos registrados e investigados pelo órgão em 2012 apresentaram violações às normas de aviação, como piloto sem habilitação e inspeção da aeronave vencida. Para o brigadeiro, irregularidades como essas são um dos maiores vilões da aviação geral (soma das operações comerciais e privadas). Questionado se os dados reforçavam a ideia de falta de fiscalização, o brigadeiro disse que essa questão era atribuição da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e que não teria como comentar. Mas afirmou que é uma questão cultural que tem a ver com o "jeitinho brasileiro". VERGONHA "Estou com vergonha, 103 acidentes é inaceitável para um país que tem a aviação que o Brasil tem", disse o oficial na abertura de sua palestra, ao divulgar a parcial de acidentes da aviação civil do primeiro semestre deste ano. A irregularidade mais frequente é a operação em pista não registrada ou homologada, que apareceu em 24,2% dos acidentes de 2012. Habilitação do piloto vencida foi constatada em 16,1% dos casos, e falta de habilitação, em 4,8%. Em 14,5% dos acidentes, a aeronave estava com o CA (certificado que atesta as condições para voar) vencido ou cancelado. CRESCIMENTO DA FROTA O Brasil tem a segunda maior frota civil do mundo, com 15.019 aeronaves. Segundo os dados da Anac, de 2012, houve crescimento de 40,3% em relação a 2003. Já o número de acidentes cresceu mais no mesmo período: 158,5%. Passou de 70 em 2003 para 181 em 2012, segundo dados do Cenipa. VANESSA CORREA DE SÃO PAULO FOLHA DE S. PAULO - COTIDIANO

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