domingo, 28 de julho de 2013
Empresas veem benefício em cotas para deficientes.
A inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho contribui para reforçar a diversidade no ambiente das empresas, tendência que vem ganhando força nos últimos anos. No Brasil, a lei que fixa cotas para esse grupo no quadro de empregados foi regulamentada no ano 2000 e tem provocado mudanças na política de gestão de pessoas nas empresas. A lei fixa um percentual mínimo de 2% a 5% de contratação em empresas com cem ou mais funcionários. Caso a cota não seja cumprida, elas podem receber multas de R$ 1,7 mil a R$ 171 mil."O primeiro grande passo de uma empresa é mudar de atitude, não é um simples número a alcançar. Quando ocorre essa mudança, a empresa não só cumpre a lei, como tem um ganho financeiro", diz a coordenadora da fiscalização da lei para pessoas com deficiência do Ministério do Trabalho, Fernanda Maria Pessoa Di Cavalcanti.Um dos entraves ao cumprimento da cota é a falta de oferta adequada às funções disponíveis. O Sistema Nacional de Emprego (Sine) revela que de maio de 2012 a abril de 2013, 46.884 vagas foram oferecidas exclusivamente para pessoas com deficiência e 119.641 vagas aceitavam a participação de todas as pessoas, inclusive das com deficiência. No mesmo período, o Sine registrou o encaminhamento de 78.526 trabalhadores com deficiência para entrevistas - 8.763 foram contratados.A Unimed -Rio, com 1,9 mil funcionários, tem obtido resultados positivos com o programa Trainee Especial. "Tem sido muito gratificante porque o programa consegue materializar o conceito de diversidade, aumenta a sensibilidade dos colaboradores para o tema e aprimora as relações humanas", diz a superintendente de Recursos Humanos, Marcia Amorim.Antes do treinamento, a empresa seleciona, por meio de entrevista e dinâmica de grupo, candidatos com ensino médio completo, mas não exige experiência. Cerca de 25% são aceitos e contratados. Atualmente, a Unimed-Rio emprega 62 pessoas com deficiência, na área administrativa. O plano é fechar 2013 com 80.A empresa MetrôRio adotou um programa de seleção e treinamento específico em dezembro de 2009 e hoje conta com 110 funcionários com deficiência. "Não se trata apenas de cumprir a lei, é uma questão de responsabilidade social", diz James Guerreiro, diretor-administrativo-financeiro e de relações com investidores da concessionária.Com uma política robusta de contratação de pessoas com deficiência, a rede de varejo Hortiftuti tem 237 empregados portadores de deficiência dentro dos seus 5 mil empregados. "Já cumprimos a cota e continuamos contratando", diz a analista de recursos humanos, Cíntia Lopes, para quem apenas contratar não adianta.Desde janeiro de 2005, quando o Ministério do Trabalho passou a realizar ações de fiscalização específicas para o cumprimento da lei, até maio deste ano, 220 mil pessoas com deficiência foram contratadas no país. Fonte: Valor Econômico, por Ana Paula Grabois, 26.07.2013
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